terça-feira, 20 de outubro de 2009

Sinusite Fungica Alérgica

Atualmente tem sido observado o surgimento ou reaparecimento de uma série de patologias causadas por fungos. A Sinusite em si já afeta cerca de 20% da população, e conhecer a SFA são de suma importância para um diagnóstico correto e eficaz. A sinusite refere-se a uma inflamação específica da mucosa que forra as cavidades paranasais ou seios da face. A resposta inflamatória é a reação do organismo a um agente físico, químico ou microbiológico, podendo de maneira prática classificada em aguda ou crônica e o diagnóstico é baseado em estimativas da duração da inflamação. Pacientes com sinusite fúngica alérgica são tipicamente adultos jovens saudáveis com polipose nasal (doença inflamatória crônica da mucosa), com histórico de asma e sinusite crônica refratária à terapêutica médica. É difícil distinguir a sinusite fúngica alérgica de sinusite crônica bacteriana. Por esta razão, parâmetros imuno-alérgico (contagem de eosinófilos, níveis de IgE, antígenos específicos, teste de sensibilidade) e radiológicos (aspeto metálico) são úteis no diagnóstico pré-operatório.

Aspergillus


Dentre os fungos causadores da SFA prevalecem os do gênero Aspergillus, sendo o A.furmigatus a espécie mais comum, podendo apresentar-se como micetoma ou invadir os tecidos dos seios paranasais. Estes são tão importantes quanto a Candida sp como causadores de infecções fúngicas. Estes fungos, cosmopolitas, podem causar também reações de hipersensibilidade, pela inalação dos esporos, e proliferação não invasiva dos micélios nas vias respiratórias já lesadas. Podem ser diferenciadas três formas de aspergilose humana: alérgica, colonizante e invasiva.

Paciente com aspergilose broncopulmonar alérgica


A rinossinosite é uma afecção desenvolvida por vários fatores, incluindo microorganismos, onde é desencadeada uma inflamação na membrana mucosa que reveste a cavidade nasal e os seios paranasais. Essa resposta imune pode ser alérgica ou não alérgica. A aspergilose alérgica não tem sido muito estudada no Brasil e é comum em granjeiros, horticultores e jardineiros. A participação do otorrinolaringologista no acompanhamento dos pacientes acometidos pela Sinusite Fúngica Alérgica, está sendo cada vez mais expressiva. Em outros tempos, o profissional focava a sua atenção apenas para aliviar os sintomas, com tratamentos paliativos, nos dias atuais é de suma importância para o paciente manter as vias respiratórias altas em boas condições, contribuindo para prevenir os quadros infecciosos contribuindo para a qualidade de vida do paciente. O diagnóstico da doença é dada pela anamnese e exame físico. Este último analisa as manifestações e os sinais clínicos dos pacientes. Os demais exames ultilizados para diagnóstico são: a radiologia, cultura da secreção do maxilar, exames laboratoriais em geral, exames microbiológicos e histológicos. Uma vez tendo sido feito o diagnóstico, o tratamento inicia-se com o debridamento cirurgico. Este procedimento tem função diagnóstica e terapêutica; A cirurgia proporciona alivio imediato dos sintomas obstrusivos, melhorando a drenagem das secreções e reduzindo a carga fúngica local. Entretanto, mesmo utilizando a melhor das técnicas cirúrgicas, é difícil a remoção completa de todas as hifas e esporos fúngicos.





Observa-se que a evolução dos casos de sinusite fúngica depende da abordagem terapêutica adotada e o nível em que a doença foi diagnosticada.
Fica clara a necessidade de se realizar mais pesquisas neste campo e, conseguientemente que se aumente a produção científica e maior quantidade de estudos a respeito da sinusite fúngica alérgica, como forma de conhecer melhor e poder intervir de forma mais eficaz, visando conter a elevação de casos e também criar novos mecanismos de diagnóstico e tratamento. Tendo sempre como foco principal o bem estar do paciente.